quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

04 - Ao Pastor


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Por Carlos J. Magliano Neto
Prezado pastor,

QUE A PAZ DE CRISTO E A UNIDADE DO ESPÍRITO SANTO ESTEJAM CONTIGO!

        Resolvi escrever a fim de que fiquem mais organizadas e claras as minhas proposições, e para “celebrar” a primeira carta enviada pelo meu amigo e afilhado Sandro e por mim que comemorou dois anos no último 23 de Maio. Carta que, aliás, o senhor usou bastante no seu livro “Nos passos de Maria” e que segundo o seu próprio testemunho foi quem deu origem a ele.

“Nos passos de Maria” traz algumas argumentações interessantes e outras que são julgamentos e “achismos” dentro do que oficialmente ensina a Igreja Católica.

A Igreja de Jesus Cristo desde o seu início há 2000 anos, sempre zelou pela “sã doutrina” (2ª Tm 4,3). Esta é a sua missão: guardar o depósito da fé (cf. 2ª Tm 1,14). Por muitas vezes a Igreja teve que enfrentar grandes debates e sérias discussões a fim de cumprir o seu papel (cf. At 18,5-6.28). O zelo da Igreja pela Verdade é tão grande que não foram poucos aqueles que morreram mártires em defesa da fé, a começar por Santo Estevão (cf. At 7,59). Também, em virtude de tão grande cuidado, a exemplo de Moisés (cf. Ex 32,25-29) e de Elias (cf. 1º Rs 18-22.40), caiu-se em erros de comportamen-to como o da Inquisição.
Tudo isso para fazer jus à ordem de Jesus: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Por isso, vejo-me na obrigação de responder a alguns pontos, remover algumas falsas interpretações e desvios do ensinamento do Magistério da Igreja, a fim de “esclarecer suas dúvidas, ter respostas para as suas questões e ao mesmo tempo aprofundar o conhecimento d’Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida e que se manifesta através da Igreja que Ele – e não mais ninguém – pensou, criou e acompanha como prometeu, até o fim dos tempos nos caminhos deste mundo” (D. Fr. Alano Maria Pena, O.P., Arcebispo-eleito de Niterói-RJ no “Programa Na Fé Católica” em 14 de março de 2003).
Demorei em preparar este texto, pois no momento estou dirigindo e apresentando o programa “Na Fé Católica” da Diocese na Rádio Friburgo AM todas as sextas-feiras às 20:30h. Também ministro um curso bíblico às terças-feiras na Paróquia São Roque, em Olaria. Além das palestras que me convidam a fazer e os estudos de Teologia. E como todo mortal, tenho minhas obrigações comuns de trabalho. Graças a Deus, odeio ociosidade. Também quis a revisão e a aprovação do Administrador Diocesano de Nova Friburgo, Dom Frei Alano Maria Pena O.P. Por se tratar de pontos tão profundos da Doutrina Católica, era necessário que alguém com autoridade apostólica de ensinar analisasse estes pensamentos a fim de que se trate realmente de um trabalho que reflita a pura Doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana e não interpretações pessoais da Doutrina, assim como recomenda a própria Igreja (cf. Código de Direito Canônico, cân. 827 §3).

Achei muito interessantes algumas de suas colocações sobre Maria, como esta logo abaixo:

“‘Nos passos de Maria’ é uma abordagem simples, porém séria, sobre a obra e vida daquela que todo cristão criterioso e fundamentado na Palavra de Deus precisa amar e respeitar”                                                           (pág. 11)

E também, comentando sobre a fiel de sua igreja que não gostou de sua pregação sobre as virtudes de Maria, o senhor concluiu:

 “A preocupação de nossa irmã denuncia não apenas nossa parcial ignorância sobre a pessoa de Maria, mas aponta também para o errado posicionamento de alguns cristãos verdadeiros que, por receio de cair em um erro, se colocaram em um outro extremo”                                (pág. 15)

É exatamente isso que apontam os teólogos da Igreja Luterana no documento “Manifesto de Dresden”, dizem eles: “O temor de diminuir a glória de Jesus foi a causa de que nas igrejas evangélicas, se negassem a Maria a veneração e os louvores devidos. E, entretanto, temos que afirmar que através da justa veneração que aos apóstolos e a ela corresponde, multiplica-se a glória e o louvor ao Senhor, porque foi Ele que a elegeu (e a fez) pela Sua Graça um instrumento seu”.

        Parece-me que as igrejas protestantes esqueceram sua origem, seu iniciador, Martinho Lutero que pregava: “Quem são todas as mulheres, servos, senhores, príncipes, reis, monarcas da Terra comparados com a Virgem Maria que, nascida de descendência real é, além disso, Mãe de Deus, a mulher mais sublime da Terra? Ser Mãe de Deus é um privilégio tão alto, coisa tão imensa, que supera toda e qualquer inteligência. Daí lhe vem toda a honra e a alegria e isso faz com que ela seja uma única pessoa em todo o mundo, superior a quantas existirem e que não tem igual na excelência de ter com o Pai Celeste um Filhinho em comum. Nestas palavras, portanto, está contida toda a honra de Maria. Ninguém poderia pregar em seu louvor coisas mais magníficas, mesmo que possuísse tantas línguas quantas são na terra as flores e folhas nos campos, nos céus as estrelas e no mar os grãos de areia” (Vitemberga, IV-9, pág. 85).

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